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Hoje não, hoje não, hoje sim!

O bordão usado há mais de 20 anos pelo ótimo Cléber Machado se encaixa perfeitamente ao enredo do nono título da Superliga do Sada/Cruzeiro.

Campinas, dirigentes da CBV, jogadores, ando pela conhecida família, comissão técnica e gestores acreditaram mesmo que o time paulista venceria a decisão.

Também pudera.

Nos dois jogos disputados na Superliga, foram duas vitórias.

E o primeiro set da final foi avassalador: 25/18, sem chances para o adversário.

Hoje não.

Hoje sim.

O que Filipe Ferraz tem, Campinas nunca terá: banco, leia-se, peças de reposição.

Uma questão de gestão e montagem de elenco.

O Sada/Cruzeiro tem.

Campinas jamais teve.

As entradas de Oppenkoski e Vaccari nos lugares de Wallece e Douglas Souza ajudaram a mudar a cara da final.

E mais: Brasília, levantador do presente, consagrou seus centrais.

Sabe aquela história de tirar doce de criança?

O Sada, depois de empatar, sabia que iria naturalmente virar, vencer e conquistar o título.

Campinas, sem camisa e tradição, também sabia que não iria resistir, apesar da torcida de (quase) todos.

Era questão de tempo, sucumbir e entregar.

Mas foi engraçado ver a fisionomia da turma de Campinas que atua nos bastidores atrás das placas. Todos, sem exceção, foram se apequenando a medida que o Sada ia se impondo.

Do outro lado, tudo normal.

Uma espécie de contagem regressiva em quadra a cada ponto e set conquistados.

O quarto, capítulo final, quase não teve graça.

O que Campinas não entendeu até hoje é que a Superliga não é um conto de fadas.

É duro não ter história para contar. 

Já o Sada/Cruzeiro é um livro sem fim.

É uma história que renova a cada leitura por cada personagem que lê sua própria história.

Hoje sim!